Para dar início ao Planejamento Financeiro, é importante que você se programe para:

- coletar dados para medir receitas e despesas;
- desenhar qual seria o seu orçamento ideal;
- traçar um plano para alcançá-lo.

Neste início, é importante termos disciplina para monitorar nossas movimentações financeiras – quanto ganhamos, quanto gastamos e onde – para saber qual destino estamos dando ao nosso dinheiro.

No que diz respeito às receitas, assalariados costumam conhecer bem o seu nível de renda, já autônomos têm mais dificuldade para calculá-la, uma vez que podem variar muito de um mês para o outro. Tomar nota das despesas é um passo que exige mais disciplina, mas também é muito importante.

Algumas despesas são fixas – como o aluguel, a parcela do carro ou a mensalidade da escola dos filhos. Outras são variáveis – como alimentação, lazer, viagens. E existem ainda as despesas ocultas, que passam despercebidas porque são geralmente mais baratas do que as demais, mas ficam evidentes quando passamos a controlar os gastos – como compras por impulso no shopping ou o famoso cafezinho.

Com as informações em mãos, podemos começar uma análise mais profunda da nossa situação financeira:

- Há equilíbrio? Gasto mais ou menos do que ganho?
- Meu estilo de vida está permitindo que eu acumule riqueza?
- Preciso enxugar gastos ou quitar dívidas?

Esse é o momento em que colocamos os dados financeiros em uma balança e descobrirmos se precisamos cortar gastos, se temos sobra de caixa e se estamos nos programando para ter tranquilidade no futuro. Outras perguntas que devemos nos fazer neste momento são:

	Tenho uma reserva financeira para eventuais emergências? Reservas de emergência são importantes para cobrir imprevistos. Costuma-se sugerir que cada um tenha uma reserva de emergência equivalente aos valores de 3 a 6 salários mensais para cobrir eventualidades, como a perda de emprego, gastos com tratamentos médicos ou acidentes. Essa reserva vai garantir a sua tranquilidade financeira em caso de necessidade inesperada.

	Como investir minha reserva? A reserva de emergência deve ser investida de forma conservadora, em investimentos de baixo risco, para evitar que eventualidades não coincidam com oscilações negativas do mercado.

	Meus limites de crédito estão disponíveis para eventualidades? Se você ainda não constituiu uma reserva de emergência, é importante observar seus limites de crédito no mercado, para a necessidade de cobrir gastos imprevistos.

Para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho costuma servir. Esse tipo de atitude nos afasta muitas vezes de alcançar nossos objetivos, porque nos apresentam caminhos menos diretos e mais desvios desnecessários.

Muitas pessoas se sentem tranquilas porque conseguem guardar dinheiro, mas poupar é diferente de investir. Quando optamos por simplesmente guardar o que sobra, corremos o risco de perder dinheiro.

Isso porque quando fazemos um investimento, colocamos os juros e o tempo trabalhando a nosso favor - aumentando o montante acumulado em cima do principal que investimos. Quando escolhemos apenas poupar sem investir, ficamos sujeitos aos fatores externos que fazem nosso dinheiro desvalorizar, como a inflação. Perdemos poder de compra enquanto poderíamos ganhar com os juros das aplicações.

1. Conheça seus objetivos: o que você deseja realizar?

2. Assuma o compromisso de alcançá-los: como e quanto preciso investir para chegar lá?

3. Defina um horizonte de tempo para atingir sua meta: quanto tempo eu posso esperar?

4. Conheça os riscos do investimento que escolher: eu posso também perder dinheiro com o investimento que eu escolher?

5.  Estime o retorno: quanto eu espero ganhar com meus investimentos?

Os objetivos podem ser alcançados por acumulação prévia ou por financiamento. Poupar para comprar depois à vista costuma ser financeiramente mais interessante do que financiar, pois os financiamentos ficam sujeitos às taxas de juros e podem onerar substancialmente o preço final de um produto.

Dependendo da necessidade ou da urgência da aquisição do bem ou do produto, o financiamento pode ser a opção mais indicada. Esta decisão só você pode ser tomar, mas é importante ter condições de avaliar prós e contras, para tornar uma decisão consciente.

Caso opte por guardar o dinheiro para comprar à vista, as respostas das perguntas acima vão te ajudar a balancear sua exposição ao risco. Se o horizonte de tempo do investimento for longo, pode ser interessante investir em ações, mesmo para aqueles que têm o perfil conservador, porque apesar das oscilações de preços, no longo prazo, as aplicações em bolsa tendem a superar o retorno dos investimentos em renda fixa.

A aposentadoria é uma reserva muito importante porque nos prepara para desfrutar sem sobressaltos financeiros dos dias de descanso pelos anos de trabalho. Quanto antes começamos a nos planejar para o futuro, menos precisamos nos esforçar para acumular riqueza pois os juros terão trabalhado em nosso favor por mais tempo.

Estudos apontam que, em média, os gastos totais costumam ser menores na aposentadoria – passamos a gastar entre 70% a 80% do que gastávamos imediatamente antes de aposentar – porque alguns custos deixam de existir ou se tornam menos frequentes, como alimentação fora de casa, roupas para o trabalho, eventos sociais, estacionamentos rotativos.

Neste ponto também é importante pensar na diversificação dos investimentos para obter melhores retornos. Se você ainda é jovem e já quer se programar para a aposentadoria, vale a pena pensar em fazer aplicações com risco maior porque se trata de um investimento de longo prazo. O horizonte de tempo nos ajuda a superar perdas com oscilações pontuais e o prêmio que se recebe por correr mais risco faz com que os retornos sejam maiores no resgate.

Quanto mais você se aproxima da data da aposentadoria, menos exposição a risco você deve ter. Esse balanceamento é importante para ajustar seus investimentos aos seus momentos de vida, ajustando o perfil das suas aplicações aos objetivos de cada fase.

Uma pergunta frequente no Planejamento Financeiro é “como posso me assegurar de estar seguindo a direção certa?” O tempo passa, você evolui, sua vida muda e seus investimentos precisam te acompanhar.

Separar os recursos em curto e longo prazos é uma forma de decidir quais tipos de investimentos são adequados a cada objetivo. Para atender às necessidades imediatas [de 6 meses a 1 ano], o ideal é aplicar seus recursos em aplicações mais conservadoras, como renda fixa. Para objetivos com um horizonte mais longo [acima de 2 anos], você pode assumir uma parcela maior de risco. 

Conhecer bem os prazos dos investimentos é importante não só por conta do risco, mas também para fazer uma economia tributária. Nas aplicações de renda fixa, por exemplo, as alíquotas de IR diminuem conforme o prazo de permanência na aplicação aumenta. Já no mercado de ações, as vendas mensais de até R$ 20 mil são isentas de imposto de renda. Pagar menos IR é uma alternativa para melhorar o retorno líquido dos seus investimentos.

Não colocar todos os ovos na mesma cesta e diversificar com diferentes produtos de investimento é uma boa forma de diminuir o risco de perda. Mesmo quem se considera muito conservador e não aceita perder nada, deveria pensar na possibilidade de arriscar.

Quando você concentra seus investimentos, pode estar dando uma única chance ao seu dinheiro.